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Charuto

Hoje preciso de um charuto, como quem precisa de chuva. Tenho gatos na sala, livros na estante e a vizinha para reclamar da fumaça. Tenho pena, tenho raiva, não tenho tempo. Preciso, hoje. Fumaça, leitura, poltrona, miados, metafísica. Hoje é quando? É senão um ontem com sorriso amarelo disfarçando a falacia da repetição cotidiana. Seria mais feliz feito Direito? Sigo como os gatos, pois hoje preciso de tempo.

Ergo propter hoc pós hoc

Dormi como gato. Acordei como se acorda. Banhei-me, comi, sorri. Vivi? Trabelhei feito uma mula. Sem forças, calei-me. Ouvi como surdo. Sozinho esbravejei feito louco. Insano. Como fraco, desisti. Covarde não realizo. Prossigo, prossigo.
Light, Shine again.

três pontos

Muitos acreditam em vida após a morte, eu acredito que estamos na morte antes da vida...

Desabafo de Quarta feira

Quando foi que voltei a dormir? Este sono trágico que me corroí lentamente. As traças brotam de minha bocarra escancarada. Apresso os passos sem saber ao certo onde chegar. Odeio quase todos, pois acredito que me odeiam. O ódio é fugaz, passageiro insolente da caminhada da vida. Morte, soa agora tão tentadora. Vida, mera labuta transitória. Esperança, a ultima das maquinações de pandora,a qual me dilacera. Não existem classes sociais, nacionalidades, raças ou credos. Existe o humano, a besta, o lobo predador da própria especie. A propagação da dor. A Insatisfação permanente. Onde estão os bosques floridos? O mar azul? As cancões? As festas? A alegria? Foram meras visões de tempos obscuros, foi um comercial em meio a arrebatadora verdade da vida. Ela é única e não é romântica.
Minha terra tem uns roubos. E também tem inflação. Ai meu Deus me proteja. Para não entrar num arrastão. Hai Kaiu

Desvia teus olhos. Ensaios de “Uma carta a espécie humana”

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Leva-se muito tempo para perceber. Alguns humanos em sua maioria atravessam a misteriosa existência sem aprender esta verdade. Você pode notá-la nas ruas, nos campos, no dia-a-dia. Você pode estar notando agora mesmo. Vezes você se vê de frente com ela. Mas a recalca para o mais fundo poço da calma de nossa espécie. Realmente é uma arte, mas não podemos ensiná-la. Ela vem de dentro, como uma borboleta despertando do interior do casulo. Pode ser no inverno ou no verão. Num dia de chuva ou de sol. Geralmente é acompanhada de um leve sorriso tolo e jocoso enquanto refletimos pelas estradas da vida. Talvez seja uma bobagem de um jovem velho tolo. Mas espero que um dia todos percebam. O mundo não gira ao seu redor. Você não esta só neste planeta. Respeito. Simplesmente respeito. A todos, para todos e de todos. Grato! Lane “cada louco a menos dias”