Pata de vaca
Uma vez que se havia descido as escadas do velho banheiro, a sorte estava lançada. Não existia possibilidade de volta. Ela, a grande incompreendida, por lá assombrava. Com seus cascos há tempos calejados, ela percorria o mirrado corredor subterrâneo. Para a torpe presa restava apenas a angustia e o desespero. Ela, se foi há tempos. Há tempos ela partiu. Apenas o banheiro, o velho banheiro, permaneceu, como prova de sua execrável existência. Os antigos, e os antigos somente, recordam dos mancos passos que ecoavam do proibido banheiro da esquecida escola na pequena cidade. Dos horripilantes gritos que dali provinha em certas ocasiões misteriosas e inquietantes, ninguém ousa falar, mas continuam ressoando pela sombria memória dos graduandos de 87.