O Pirata Caolho

Todo dia João acorda de frente para a noite, para toda escuridão. Toda escuridão se reflete na clareza do dia de todo João. Toda a clareza resplandece a face de João, o trabalhador solitário. Nas estepes insulares é que se deu origem a este João. João forte porem João calado, João nosso de cada dia. João que é morto mas que também mata. Toda noite a escuridão acorda de frente para João que se reflete na clareza do dia.

Temerá ó mortal, a floresta escura. Não penetrarás nela jamais. Pois em seu seio repousa a maldade pura. A vida é fraca e não perdura. Não penetrarás nela jamais. Em frente ao onírico reflexo encantado, Encontra-se o terror que jamais foi quebrado. Dono de força e poderes infernais. Não penetrarás nela jamais. No cerne do universo em silencio sepulcral Ele aguarda paciente o chamado final Seu algoz já liquidado no caminho ficou Não teme a ninguém, pois só ele restou. E assim corre o tempo sem cessar Quem um dia ira lhe chamar? Aguarda por fim a inatingível vigília Ali o demônio faz moradia. Não penetrarás nela jamais. Quando enfim o algoz retornar Não haverá tempo de despertar Acorde agora profundo poder Ou o amanhã não iras conhecer.