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Mostrando postagens de outubro, 2009

Dezembro

Quão agradável é correr em dias de chuva. Com a boa, bela e pura brisa em meus cabelos. Com aquele jocoso sorriso pairando no ar. Nos mais belos dias de sol de dezembro. De manha um abraço no mar, amigo sereno. Já na tardinha um balanço na rede, merecido descanso. E nas noites claras de luar, um canto gracejo. E assim este sonho sonhado se torna eterno. Pelas cartas, memórias que sopro num ar de lamento. Mando noticia de lá e de cá a amigos terrenos. Ai saudade daqueles que a tempo não ouço mais. Como anda o companheiro em Vassouras longe do cais? Corre o tempo a passos largos sem se cansar. Corre a vida, corre as mensagens de guerra e de paz. Tudo muda no rio atemporal no qual nadamos. E por algum motivo obscuro nos achamos os mesmos. Corre a vida e corre tempo e volta sempre dezembro.

Bela Bosta

O rapaz só falava bosta. Bosta de vida, Vida de bosta. Bela bosta por sinal. Bosta que choca, a velha bosta cotidiana. Esta que te fere a vista. Irreverente bosta. Poema de bosta.

Desespero

É quando a palavra de consolo não lhe satisfaz. Quando o antigo vazio dilacera seu peito. Quando teu grito se congela em silencio. Quando não tem mais jeito, quando não tem mais jeito. É quando tua mente entra em torpor. Quando você quer esquecer a verdade. Quando você se sente sem amor. É o ato de pensar no pior imensurável. É a vil armadilha estampada em cada retrato. É a dor profunda que não parece ter cura. É aquilo que te conhece mas não mostra a face. É de fato ladrão de dias inesperados. Vai-te e não me aborreças.