Homeostase

Ouvi o sussurro do inverno soprando em meus umbrais, e todo aquele lamento recordou-me daquele soneto que há tempos não ouço mais.
Havia a bela donzela e o vinho rosado corpulento, havia um sorriso singelo, lagrimas, musicas e lábios sedentos.
Sussurrei ao ouvido invernal um sopro de lamento, e naqueles fúnebres umbrais recordei-me daqueles tempos.
A pele era clara e sedosa tão bela quanto as estrelas, seus olhos eram como a lua e eu arrogância e tristezas. Quão linda era a noite no outono que por azar nunca chegou, e quão doce era o perfume daquela que não o provou.
Passou o inverno lamurioso como um sussurro pelos umbrais do tempo, tímido fraco e nulo se tornava o meu lamento. Triste chorei sozinho para as estrelas e para escuridão, erradicada esta a arrogância e esquecida a paixão.
Não havia mais o sabor do vinho nem mesmo a linda donzela, singelo sorriso não havia, apenas solidão, a solidão de uma cela.
Contudo o Sol surgiu, trazendo a rainha primavera e logo voltei a sorrir ao lado dos lábios dela.

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