Pão

Por que gastas o que consegues com o suor do teu trabalho com aquilo que não é pão?
Perguntou-me o profeta.
Abismei-me, perplexo não pude respondê-lo.
Ainda não posso.
Cruel sistema. Maquina voraz.
Saudades da montanha.
África!
Sapatos, livros, carros e roupas.
Desespero.
Solidão que é removida por Tua presença e preenchida por Tua paz.
A vontade é de sumir no ato, do vil sistema.
Perseverai, diz Tua palavra. Esforço-me.
Gozo da paz por alguns instantes, algumas horas. Logo sou oprimido e me tiram a paz.
Rogo-te perdão, com qual direito não sei. Afinal mereço?
Perdoas-me, e inicia-se o ciclo.
Até quando? Até o fim. Procurarei guardar o melhor para o final.
Mas preciso que me puxes, todas as vezes que tentar pular do barco para o meio da tempestade. Segure-me, não me deixes ir.
Imploro-te, mesmo não merecendo, te imploro.
Pão ou um livro novo?
Pão, segundo o conselho do profeta.

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